PxNxHx - Gross Hymns to Grotesque Pathology (2016)
Cemitério Records, Sonoros Recs e Old Grindered Days Recs
Nota: 9,0
Às vezes um questionamento recorrente e muito pertinente vem a minha mente: porque eu aprecio e me identifico com este tipo de manifestação sonora tão insólita e anormal? Seria eu portador de algum grave distúrbio psicológico/social incurável? Enquanto não descubro as respostas, vou curtindo meu Goregrind que eu ganho mais.
Após vários splits, eis que o tão aguardado álbum de estréia do PxNxHx (Pancreatite Necro Hemorrágica) é "expectorado". "Gross Hymns to Grotesque Pathology", num primeiro contato, me causou impacto semelhante ao de quando tive o "Reek of Putrefaction" do Carcass em mãos. Aquela "salada de frutas humana" que ilustrava a capa jamais saiu da minha mente.
Seguindo os preceitos básicos da elite do estilo (o próprio Carcass, Last Days of Humanity, Exhumed, Rompeprop, Torsofuck e vários outros), os Piracicabanos do PxNxHx emergem de um mar de fluídos e excretas, trazendo das profundezas de tão execrável conteúdo o melhor (ou pior, depende do ponto de vista) Gore/Death/Splatter caipira interiorano. "Gross Hymns to Grotesque Pathology" é tão asqueroso, viscoso e repulsivo que é possível sentir o odor da carcaça em decomposição durante a audição do mesmo.
Se você se diz fã de podreira de verdade e nunca ouviu falar em PxNxHx, você é só mais um poser maldito metido a extremo. A sonoridade presente no registro traduz com exatidão o conceito de extremidade, dando ao termo um significado ainda mais brutal. E não tem como ignorar o conceito gráfico. De encher os olhos (e esvaziar o estômago), o negócio é de causar repulsa até em auxiliar de necrópsia aposentado!
Exagero? Vejamos então onde mais encontraremos um duelo onde ambos os vocalistas expõem suas entranhas pra fora numa performance que mais parece uma privada sendo desentupida, enquanto uma guitarra semelhante a uma serra elétrica oxidada cria uma das bases mais pesadas que ouvi nos últimos tempos, e que serve de alicerce para uma bateria que é triturada inexoravelmente a cada segundo por um baterista que não pode ser humano?
A resposta a todas essas questões você encontra em "Gross Hymns to Grotesque Pathology", porém, toda essa podridão não teria o mesmo impacto sem a colaboração da produção, correta e propositalmente abafada, que se faz indispensável para um bom resultado em registros desse gênero.
Tenha seu paladar realçado ao som de autênticas poesias degenerativas do quilate de "Total Destruction of a Necro Clitoris", "Vibrio Vulnificus" e "Gore Infestation in Advanced Maggots Copulation". O PxNxHx alcançou um nível de brutalidade poucas vezes visto com este trabalho. O que virá a seguir? Não sei, mas o Goregrind nacional está criando um monstro. Tenham medo, muito medo.